lutar pelo que é meu.

Aqui eu vivo, onde tudo é feito para ser quebrado e esquecido, eu vivo e luto para pelo menos algo não ser esquecido, eu luto para que eu não seja esquecida. Luto ao meu modo, sim, do jeito que eu acho certo, mas luto e é isso o que vale, pelo menos é o que eu penso. O que eu penso? Ah, como eu queria que isso importasse pra alguém, que isso valesse para alguém, ou se não valesse, mas quisessem ouvir, quisessem saber e o melhor tentassem entender, queria alguém assim e feito pra mim, um amigo, um namorado, um colega que fosse, mas eu estivesse com ele - ou ela - e soubesse que era meu e feito para mim, alguém que logo após o meu ultimo suspiro, não chorasse dias e noites inteiros, mas sentisse que perdeu uma parte junto a mim, eu queria alguém que eu conseguisse abalar desse modo, que eu tivesse a certeza de que estaria ai, quando eu precisasse, eu queria alguém que vivesse por mim e para mim, eu luto pra ser uma pessoa inesquecível, ao meu modo, pra muitas pessoas, mas queria uma em especial que não fosse necessária luta para se tornar inesquecível para tal, que desde o primeiro momento soubéssemos que seríamos eu e tal até o fim, eu queria e, bem, talvez eu já a tenha, quer dizer, ela já exista.. Como dizer.. Minha alma gêmea? Pode ser ela já existe e eu já sei quem é, e ela se encaixa nos padrões e pertence a mim, sem duvida, mas então, porque tem algo que impede isso? E é ai que vem a minha luta para ser lembrada, porque eu tenho muito para viver e tenho que ser lembrada por mais de uma pessoa, tenho que ser lembrada por pessoas que nem pensariam em lembrar-se de mim, tenho que ser lembrada por todos que eu quiser e cada um lembrará-se de um jeito, e daí quando tiver certeza de que me lembraram, as coisas irão se encaixar e aquela pessoa que vai lembrar-se de mim de qualquer jeito, talvez por destino – se isso existe -, irá vir para mim sem que nada impeça e viveremos nossa vida como queremos e lutamos para ser, viveremos até o fim.