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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Eu passava por aquela casa, como sempre fazia. Todas as noites.. não pela casa, ou pelas pessoas, era o mistério que me chamava até lá, passava por aquela rua misteriosa todos as noites, como um ritual. E naquela noite, como em todas outras, estava por lá passando, só para não quebrar o ritual, quando uma luz acesa em um quarto do terreo de uma das mais belas casas me chamou a atenção e eu parei para observar, me apeguei nos detalhes daquela casa.. Grande, com um pintura robusta, meio rosada, como casa de filmes, um jardim imenso a frente, com um grande chachorro deitado em sua casinha que caberia uma pessoa, o verde imenso que mostrava tranquilidade e os oito comodos que se destacavam pelas janelas de bordas douradas, aparentemente caras. Já passava da meia noite, todas as luzes de todas as casas estavam apagadas, mas um comodo desta casa estava aceso, iluminando todo o jardim e consequentemente parte da rua. Após observar e encantar-me com a casa, me apeguei ao que me havia feito parar, aquela luz, daquele quarto. Cheguei o mais próximo que pude e observei com toda clareza. Havia uma garota, uma bela garota lá dentro. De cabelos ruivos, que aparentava, sim, até vinte anos, de corpo, o modo como sentava, as coisas de seu quarto, mas ao olhar nos seus olhos eu pude ver, essa garota não passava de seus dezesseis anos, seu olhar mostrava a ilusão da adolescencia, a adrenalina desta..Continuei a observa-la, o seu quarto bonito, muito bem organizado, colorido, sua parede rosa, porém havia um ar de dor nesse lugar, de tormento, a alegria que se era mostrada nas coisas, não se era vista no ar, na garota.. Ah, a garota, esta estava no chão gelado do quarto, com uma música lenta no rádio a tocar, um maço de cigarro em uma mão e uma garrafa, ao que parecia ser, de vodka.. Dezesseis anos e eu pude ver no rosto dessa garota uma dor terrivel, um tormento, ela estava acabando com sua vida com estas coisas, mas ela era linda, com sua pele branca o seu cabelo ruivo cereja, liso, sua maquiagem incrivel, os olhos pretos esfumaçados com grafite e os lábios cheios num tom vermelho rosado. Era uma bela garota e precisava ser salva.. Eu dificilmente me atraia por pessoas desse modo, mas essa linda garota de algum modo mexeu comigo, ve-la naquele estado, aquele rosto frio, aqueles olhos que borbulhavam sentimentos, aquela beleza incomum, eu me senti na necessidade de salva-la, fiquei ali, sem pensar, observando as atitudes daquela menina, observando cada tragada do cigarro, cada gole de vodka. Cada segundo mais a necessidade de abraça-la me tomava.. Passei a sonhar. Talvez, se eu salvasse aquela garota ela me chamaria de seu anjo, fiquei me imaginando tendo-a em meus braços, ouvindo sua voz sussurrando meu nome, chamando-me de seu anjo. Não era desejo, só uma compaixão repentina de embalar aquela garota nos meus braços com uma cançao de ninar, dizer que tudo ficaria bem. Estava perdido em pensamentos imersos quando ouvi um soluço, acordei e vi.. A garota ruiva estava ali na minha frente, chorando por ouvir os meus sussurros. Eu a olhei e a abracei, envolvi ela em meus braços e afaguei seus cabelos macios e disse:
- Eu estou aqui!
Senti seu coração batendo intensamente, a apertei mais forte.
- Quem é você? Porque me sinto tão bem agora, com você aqui?
Eu a olhei, sorri e disse:
- E sou quem vai te salvar. Eu sou teu anjo!
Ela sorriu e repetiu:
- Meu anjo!

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